quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Depoimento de uma aluna



Relato do Bairro da aluna Adrielly Melo Farias 

Rua Estrada do Mestre (Arvão) 


                Quando cheguei aqui neste bairro em 2012 achei, junto com minha amiga Nicolly, encontrei a Mina D’água. Dela se pode ouvir o barulho de macacos, leões, cobras e peixes. Na mata e na casa ao lado tem umas teias de aranha que dão arrepios. Tem também uma lagoa e ao lado uma ponte (desenho da ponte) tão antiga que esta caindo aos pedaços mas eu e minha amiga conseguimos passar. Também tinha um campo de cheio de flores e uma chácara. Lá eu e a Nicolly fomos ver as casas antigas que parecem duas prisões m as não conseguimos entrar por causa dos cachorros que lá vivem. Ah, e lá também tem uma “casinha” de um Pônei que já morreu.

                Aqui neste bairro tem muitas coisas legais, como a Mina d’água e outras que ainda estão por vir. Tem a academia, doceria e salgaderia. E vão construir um parque ecológico.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Um pouco da história




   O bairro fica no caminho para o interior e é cortado pela estrada velha de Campinas. As tropas militares que faziam esse caminho, levando boiadas vindas do interior para o abate, paravam no local. As muitas casas de taipa existentes ajudaram no batismo de Taipas e a parada dos oficiais complementou o nome Parada de Taipas.
   Suas características interioranas são visíveis até hoje. Os moradores se reconhecem ao se encontrarem nas ruas. Não é raro ouvir que fulano “vai à cidade” quando vai ao centro de São Paulo.
   A coragem, a fibra e a garra dos primeiros moradores da Parada de Taipas revelam como foi o início dos loteamentos. São histórias de sofrimento, que se somam no processo de construção da região. Nos primeiros anos, quase não havia casas “a Estrada de Taipas era o principal acesso. A estrada era de chão e quando fazia sol, poeira, e quando chovia, barro, e ai só passavam carroças. A região era coberta de eucaliptos e mato fechado. Havia plantações de cana para os alambiques da região.



Coreto de Taipas, na década de 1960

   Eram chácaras e sítios de famílias herdeiras da fazenda São Pedro. No decorrer dos anos, algumas chácaras e sítios foram loteados e urbanizados e outras foram ocupadas de maneira irregular. A maioria dos proprietários era pobre, não tinha dinheiro para entrar na justiça para exigir a reintegração de posse e perderam as terras.
   Foi o caso de Baltazar Borges da Silva, 89 anos, que perdeu suas terras. “As pessoas ocupavam, eu não tinha a quem recorrer, e perdi. Hoje, moro numa casa simples, foi o que restou de uma vida de trabalho. Meu ganha pão eram as verduras e legumes que plantei por 20 anos. Sofri um acidente de trabalho não consegui me aposentar. Hoje vivo com uma pensão de um salário”.
   Avelino José da Rocha, 93 anos, nasceu na fazenda São Pedro, que era de seus avós. A fazenda foi desmembrada em 76 pedaços de oito mil metros para cada um dos herdeiros. Avelino manteve o nome de São Pedro em sua chácara, ali funcionava um alambique, hoje funciona um pesqueiro. “Aqui era um brejo só, mas tinha muita pastagem.
   Minha casa é uma das primeiras construídas no bairro. Era de taipa, com cipó e barro”, conta Valdevina Bento. O nome Parada de Taipas foi dado pelos tropeiros que passavam pela região em direção ao matadouro Pirituba. “Eles, os tropeiros, paravam aqui para descansar a boiada no pasto antes de chegar no matadouro”, lembra.
   Até os anos 1960, só havia uma linha de ônibus até a Lapa, que fazia duas viagens por dia, uma de manhã e outra no final da tarde. Eu e muitos trabalhadores caminhávamos até a estação do Jaraguá para pegar o trem com destino à Luz”. Élcio conta que outros meios de transporte eram as carroças e cavalos.

“A maioria das pessoas que compraram terrenos aqui era famílias pobres, filhos de imigrantes portugueses, italianos, húngaros e em maior quantidade os migrantes do norte e nordeste do Brasil”, continua Valdevina.
   Élio Pellcci, filho de família italiana, nascido em 1932 em Parada de Taipas, diz que seu pai chegou ao Brasil no final dos anos de 1920. “Meu pai e o pai da minha esposa, que era português, trabalhavam nas pedreiras da região”.
   O desenvolvimento da região aconteceu de forma muito lenta em comparação com outros bairros próximos. “Durante muito tempo, só havia o armazém da família japonesa. O leite a gente pegava nas fazendas. A escola mais próxima era em Perus, na vila só tinha 1ª e 2ª série, que funcionava em um barracãozinho da Igreja Santa Cruz. Não havia ônibus até Perus. A gente caminhava a pé ou pegava carona nos caminhões que transportavam cimento. As meninas eram as mais penalizadas porque os pais não deixavam elas fazerem este trecho a pé, que na época era só mato”, conclui Élio.