“Nasci
no bairro Parada de Taipas, tenho 70 anos de idade, muito bem vividos, fui
criada em um sítio na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, localizado a
frente do mercado Rede Plus (antigo Realmark). Muita coisa mudou desde então e
consequentemente melhorou também. Passei muitas dificuldades na minha infância
e até mesmo depois de casada, pois nosso bairro era muito pobre e não tínhamos
recursos financeiros. Passávamos “apertos”. Porém, tenho boas recordações da minha
infância no sítio onde fui criada, lembro que havia muitos pés de frutas. Hoje
tudo está mudado, é raridade vermos um pé de fruta em qualquer lugar que seja
em especial no nosso bairro. Nosso bairro cresceu muito, hoje temos escolas,
hospitais, comércio variado (lojas, padarias, supermercados, etc) muito
diferente de antes.
Porque
antigamente em Taipas havia muitos sítios, olarias. Nessa região existiam casas
feitas de taipa o que deu origem ao nome do bairro que antigamente era Parada
das Taipas.
A
Avenida Raimundo Pereira de Magalhães chamava Estrada Velha de Campinas. Foi
construída por prisioneiros, eles usavam correntes nos pés durante a obra.
Onde
hoje é o Hospital Geral de Taipas, pertencia ao Zé Maria, um português. No
local havia muitas árvores. O Zé Maria também era proprietário de terras onde
hoje é o Jardim Pirituba. Ele tinha muitas posses. Seu filho foi assassinado em
uma das propriedades do pai.
No
terreno da E.E. Gal Humberto de Souza existia um campo de futebol.
Na
região da COHAB de Taipas existia plantação de batatas, área que pertencia a
famílias de japoneses.
A
primeira igreja do bairro foi a Capela Santa Cruz, ao lado do coreto de Taipas.
No
espaço onde hoje é uma pracinha e tem o coreto se faziam leilões das doações
que a igreja recebia, porém todo o dinheiro arrecadado os padres levavam para a
igreja do Jaraguá. Nesse local também eram realizadas festas para a comunidade,
por exemplo, quermesse (tinha jogos de roleta, pinhão). Acontecia sempre uma
grande festa em 03/05, pois era dia de Santa Cruz.
Existia
no bairro um baile, o local era de um português conhecido como “Sr. Castro”. Os
carnavais também eram festejados nesse salão.
O
Grupo Escolar da Parada de Taipas era de madeira, na minha época os diretores
eram Sr. João e D. Neide, isso no governo do ex- presidente Getúlio Vargas; era
localizado em frente a EMF Dale Coutinho, hoje ali tem um estacionamento e ao
lado um rio. Lembro que na hora do lanche nós lavávamos as canequinhas na beira
do rio. Só existiam duas salas de aula com turmas mistas. A primeira escola
regular da região foi a EMEF Dale Coutinho, é a escola mais antiga daqui.
Na
subida pra COHAB de Taipas, havia muitos eucaliptos.
No
terreno onde hoje é um frigorífico, existia uma plantação de hortaliças e
verduras, o dono também era um português.
As
únicas vendas que existiam em Parada de Taipas era a do Sr. Uheda que ficava na
esquina com a Avenida Raimundo Pereira De Magalhães com a Avenida Elísio
Teixeira Leite (no farol, antes da subida pro Rincão) e a venda do Sr.
“Bertinho”.
No
terreno onde estão o banco Caixa Econômica Federal, Lojas Americanas e Lojas
Pernambucas era uma chácara com muitas frutas, pertencia ao Sr. Teófilo.
A
delegacia de Parada de Taipas ficava do lado do terreno da EMEF Dale Coutinho,
onde hoje tem uma igreja evangélica. Os delegados foram: Fuad Smaire, Elias
Baldini e Elias Moisés de Souza.
No
espaço onde hoje é o Jardim Marilú, só tinha terras.
Onde
hoje é o bairro Parque de Taipas existiam poucas casas, olarias e diziam que
ali tinha uma represa. No Parque de Taipas tinha algumas pedras famosas
marcadas pelo tempo, são elas: a pedra baleia era enorme e de fato parecia uma
baleia na paisagem, mas um raio caiu e rachou a pedra. E a outra é a pedra: 7
camas, tem formatos de 7 camas uma ao lado da outra.
Onde
hoje é o Atacadão de Taipas só exista mato, o dono era o Sr. Chico Pipeiro, ele
também era dono de olaria.
Não
havia hospitais em Parada de Taipas na minha época. Quando alguém ficava doente
era preciso ir no Hospital Sorocabano, lá na Lapa, no Hospital das Clínicas ou
ainda na Santa Casa.
Muitas
vezes as crianças ficavam doentes e tentávamos “sarar” com chás ou medicamentos
de casa mesmo. Mas, se não resolvesse íamos nos “benzedeiros”, em Pirituba ou
em Franco da Rocha. Costumava ir a Franco da Rocha, a pé, e no caminho
encontrávamos os “loucos” do Hospital Psiquiátrico do Juqueri, andandando pelas
ruas, estradas de terra. E por vezes passava um carro preto e capturava os
“loucos” fugitivos. A condução era quase inexistente. Havia somente uma linha
de ônibus: LAPA-PARADA DE TAIPAS, o motorista se chamava Valter.
Onde fica o Realmark ou Rede Plus era
o KM 24 da Estrada Velha de Campinas.
A área onde hoje é a Avenida Deputado
Cantídio Sampaio até próximo do Jardim Damasceno, era chamada de Lajeado.
Onde hoje é o Hospital Previna do
Grupo Plana Saúde, pertencia ao delegado Fuad.
As pessoas trabalhavam nas olarias,
(fabricação de tijolos) quebravam pedras. O trabalho de quebrar pedras
acontecia em especial no Botuquara, caminho pra Perus.
Antes não existia rede de água, pois
era tirada dos poços. Não tínhamos energia elétrica, usávamos lamparinas e
lampiões. Quando dava 20h todos já estavam em suas casas dormindo. Tínhamos
colchão de palha de milho e travesseiro de flor de marcelinha.
Na rua onde se localiza a igreja
Congregação Cristã no Brasil, era propriedade do Antônio de Nápoles, também
português.
Não existia padaria, o pão vinha de
Pirituba.
Onde hoje conhecemos por “Retão”
existia muitos eucaliptos.
Antigamente tinha uma grande
quantidade de alambiques. Três deles pertenciam aos irmãos: Bento Rocha, Lilo
Rocha e Atílio Rocha.
O Atílio Rocha plantava cana no Jardim
Rincão e tinha engenho lá também. No Parque de Taipas também havia plantação de
cana- de- açúcar.
No Rincão ficava também o alambique do
Luís Ferreira.
Por volta de 1977, foi aberto aqui na
Parada de Taipas uma loja de material de construção, chamada: Irmãos Moços,
funcionava onde hoje é o Multi Center. Esses irmãos eram donos também do
terreno onde hoje é o Colégio Prígule e ali eles tinham uma mansão muito
bonita, na Rua Angelo Gayoto. Terreno esse que já serviu de Batalhão da Polícia
Militar.
Foi construído também por volta de
1977, o Mercado da Parada onde hoje é a loja de calçados Sérgio e a Bifarma. “E
é isso, essa é a história da Parada de Taipas.”
Boa noite.ufa!que viagem maravilhosa no tempo.tambem naci a parada de taipas.conheci quase tudo isso.vonheci também o seu elho,querido porteiro da escola dá-lhe coutinho,padaria do Vicente,do vendo,e de muitas outras saldades que aguardo com carinho.o rigado por compartilhar comigo.fique com Deus
ResponderExcluirBoa noite. Alguem possui foto da Pedra 7 camas e a localização exata onde ficava? poderiam fornecer a foto?
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